segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Ele e Ela em: Quando o amor não é o bastante...

Ela: Então eu viro as costas e você arranja uma namorada?

Ele: A coisa não é bem assim! - Ele grita, gesticulando com as mãos no ar. Os dois estão sozinhos, é tarde, está escuro e frio e ela queria abraçá-lo e ter a certeza de que ficaria tudo bem. Porem seu coração também estava se transformando em uma pedra de gelo.

Ela: Achei que eu fosse a sua alegria!

Ele: Você é. Sempre foi. Nunca menti, não consigo mentir para você! - Ela se senta na grama e ele se ajoelha na frente dela e enxuga uma lágrima do rosto que ele mais ama no mundo.

Ela: Você nos destruiu. - Ela sussurra, tentando prender o choro enquanto abraça os próprios joelhos na tentativa de preencher o vazio que começa a se fazer em seu estômago.

Ele: Eu amo você. E a pior parte é que você sabe disso, sempre soube. E não importa quanto tempo passe eu ainda ou amá-la como se estivesse vendo-a atravessar o corredor na frente da minha sala pela primeira vez. Você pode até não admitir mais você sabe disso não é? - Ele suspira, sente o rosto quente dela se encostar em seu ombro, a emoção ainda está lá. Como se ela o tocasse pela primeira vez e todo o corpo dele começasse a formigar de repente. - Mas é que...

Ela: Mas é que o amor já não é o suficiente! - Ela completa o interrompendo. - Não é o bastante para nos manter juntos. E agora você está me deixando!

Ele: Isso não é verdade! Foi você quem foi embora não lembra? Sempre disse que “NÓS” éramos tudo o que realmente importava para você, mas sempre se importou apenas consigo mesma. Seus sonhos estavam além de uma cidade pequena com um garoto de um futuro pouco promissor e pessoas falando da sua vida em cada esquina. Você sempre quis mais que isso e olhe para você agora. É uma mulher, linda e independente. Está prestes a criar a própria revista e todos a conhecem, é como uma heroína para si mesma!

Ela: Você fala com tanto orgulho, mas no fundo é somente você quem sabe que ainda sou apenas a garota de 17 anos que sente o mundo inteiro se iluminar quando você sorrir, que não come ovo e tem medo de palhaços e que arrota quando ninguém está vendo. - Ele sorri, lembra de como era bom ter a sua garota, mas agora isso parecia um passado distante, vivo, intensamente vivo, mas ainda assim distante.


Ele: O problema é que enquanto essa garota perseguia seus sonhos e conquistava o mundo eu fiquei aqui por três anos esperando uma ligação que nunca aconteceu. Nem emails, cartas recados e então um dia eu…

Ela: Você finalmente a conheceu não é? E ela fez você voltar a sorrir. - Ele sente uma gota quente atravessar a sua camisa. Ela estava chorando. Ele se sentia a pior pessoa do mundo. A abraçou forte. Respirou fundo e o perfume dela ainda era o mesmo, ainda o fazia se sentir uma pessoa melhor e o mundo real parecia não ser tão ruim assim. Não quando ela estava por perto.

Ele: Ela me lembrava você. - Sussurrou. - E isso era tudo o que eu precisava. Ter você de alguma forma, um pouco de você pela manhã entende? Você de alguma forma viva em mim. Precisava sentir você de alguma forma. Você consegue entender isso?

Ela: Acabou não é? - Ele a solta. Olha o rosto dela encharcado pelas lágrimas e de repente sente algo quente em seu rosto. Ele estava chorando. Lágrimas. Somente ela causava isso nele.

Ele: Você sempre vai ser a grande mulher da minha vida. O primeiro amor, o primeiro beijo de verdade e a primeira noite em que não consegui dormir por que pensava em fechar os olhos e perder de admirar você enquanto dormia.

Ela: O que vamos fazer? - Ele se vira, encara os olhos verdes e tristes dela, sente algo apertar seu coração e pára de respirar por um segundo. Como seria bom se o “FINAL FELIZ” fosse os dois “JUNTOS”, mas não era.Aquela coisa os corroeria por dentro pela vida inteira, toda vez que ele ouvisse “You Are Gonna Be My Girl” da Banda Jet, lembraria dela enlouquecendo com a vassoura na sala, ou dela vestindo suas camisetas e do sorriso e do som da gargalhada dela e do perfume que o cabelo dela deixava no travesseiro. Mas o amor era isso não é? Ele pensava. Liberdade. O amorcomo diria Caio F. Abreué ter milhares de opções e ainda assim todos os dias fazer a mesma escolha. E ele estava fazendo a escolha de sempre, deixando-a partir por que ele não podia dar a ela a felicidade suficiente, ela merecia tão mais do que ele podia dar.


Ela: Então o que vamos fazer agora? - Ele a abraça de repente, tão forte que a deixa sem ar por um segundo.

Ele: Eis o que vamos fazer: Vamos ficar aqui abraçados, iremos nos beijar e nos intervalos entre eles falaremos sobre coisas bobas e cotidianas e depois vamos entrar no carro e sintonizar em uma rádio e cantar bem alto e vamos rir de besteiras. Então vou deixá-la em casa e beijá-la como você nunca mais será beijada por qualquer homem que seja. Vou dizer “Eu te amo” enquanto beijo seu pescoço e você vai dizer entre risos “eu também” vamos dizer boa noite, soltar beijinhos no ar e nunca mais nos veremos.

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